Ganhei um livro novo. Pra modo de variar a prosa. Vai ver eu ando meio chato. Azedo. E quando a gente está azedo escreve assim: em primeira pessoa.
Mas o livro deve ser remédio de tratamento e não de sintoma, de modo que os efeitos devem ir se produzindo na medida em que se somam as porções e não em pequenos lapsos de alívio. E Manoel de Barros deve ser administrado em doses pequenas. O fato é que meu texto dessa semana ainda não adoçou.
(Só atrasou um pouco mesmo...)
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Estudei jornalismo na virada do século. Na época, se discutia que as grandes redes de comunicação produziam maus conteúdos na maquiavélica intenção de manter a "massa" manipulável.
Vinte e cinco anos depois o mundo mudou muito e aquela discussão toda se mostrou inútil. Hoje a própria “massa” cria e consome seu próprio conteúdo. Promove e cancela as ideias que bem entende. Vive absorta em conteúdos piores ainda do que os de vinte e cinco anos atrás. E continua manipulável como desde sempre.
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Lembra daquelas histórias em que chegava nas vilas os vendedores de elixires mágicos que curavam tudo, de unha encravada, males do fígado, indisposição e até vento virado, encosto e etcéteras sem nome. Naquela época o povo não tinha muita informação.
Hoje a gente tem informação aos punhados, escarradas por todos os cantos. E voltamos ao mesmo lugar (ou nem saímos dele?): veja as seiquelatinas e ácidos e tantas vitaminas mágicas enchendo bolsos de vendedores espertos por aí. O mundo finge que dá voltas.
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Quant'isso eu vou e volto. Como se tivesse na rede. Só que sem especular muita ideia...
Mesmo que o mundo acabe, enfim. Yeah!
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